sábado, 4 de junho de 2011

Doente mental cristão é acusado de blasfêmia no Paquistão

4/6/2011 - 09h15


Cristãos protestam contra a lei de blasfemia


Cristãos protestam contra lei de blasfêmia

PAQUISTÃO (11º) - O irmão de Babar, Amjad Masih, disse que, depois de ter fugido de casa, conversou com alguns vizinhos: disseram a ele que muitos outros da vizinhança foram pressionados pelos religiosos a ir à delegacia de polícia e servir de testemunhas contra o acusado.

“Esses vizinhos eram da opinião de que não poderiam se recusar a dar evidências, depois de ser pressionados pelos religiosos, dizendo que, ao saírem da mesquita após a oração, Babar Masih usava de linguagem abusiva contra o profeta Maomé”, Amjad Masih disse. “Eles me disseram: ‘É um assunto tão delicado, que não pudemos nos recusar a fazer.’”.

Ele disse que Babar Masih vem sofrendo de doença mental pelos últimos seis ou sete anos, caracterizada por ataques de raiva sem motivo. Ele disse que a perda do equilíbrio mental do irmão se manifesta em linguagem inapropriada e falta de senso para se alimentar e vestir.

Amjad Masih disse à Compass que ouvira testemunhas dizerem que seu irmão andava pelo canal da mesquita, olhando para cima e chamando por nomes, enquanto o líder da mesquita teria saído e ouvido Babar usando linguagem ofensiva conta Maomé. Ele disse não saber sobre o incidente, até que voltou de uma área de bazar.

“Quando cheguei, vi muitos muçulmanos religiosos que se juntaram do lado de fora de nossa casa”, ele disse. “Creio que devem ter vindo de outras cidades, porque não consegui identificá-los e eles não eram de nossa área”.

Quando ele perguntou por que estavam reunidos ali, os religiosos lhe disseram que Babar Masih insultara Maomé, o que pode ser punido com a morte, no Paquistão. Seu irmão mais velho, James Masih, trancou o acusado em um quarto. Ele confirmou que os vizinhos acreditavam que, se a polícia não fosse chamada, Babar seria morto.

A polícia não estava disponível para comentar o assunto até o momento. Representantes da organização dos direitos humanos se encontraram com Babar Masih na cadeia central de Sahiwal, onde está desde o dia 3 de maio.

As leis

Masih foi acusado nos termos do artigo 298 do estatuto de blasfêmia do Paquistão, por “articular palavras... com intenção deliberada de ferir a religião” e também do artigo 298-A, por “uso de comentários depreciativos... em relação a pessoas sagradas”.

Attorney Khurram Shehzad Maan, do escritório do Centro Europeu de Lei e Justiça no Paquistão, disse que o queixoso no caso não eram os religiosos que alegaram ver Masih falando de forma desrespeitosa acerca de Maomé e outras figuras islâmicas, mas um fazendeiro chamado Zeeshan Arain, cuja propriedade fica na mesma rua de Babar Masih. Ele disse que a polícia deveria ter averiguado se Babar tinha, de fato, problemas mentais, como a família informou.

Maan disse que o Artigo 84 do código penal dos estados do Paquistão diz: “Nada é ofensivo se é feito por uma pessoa que, no período em que estiver agindo, por razões de debilidade mental, é incapaz de saber a natureza de seu ato, ou se o que está fazendo é errado ou contra a lei”. Entretanto, segundo ele, a polícia tinha a opção de mandá-lo a um hospital psiquiátrico, ao invés de fazer primeiro o Registro de um Relatório de Informação (FIR, sigla em inglês).

“Nesse FIR, Arain claramente comprova que Babar Masih falava das estrelas, e não contra o profeta e figuras sagradas do islã, como se supõe”, disse Maan.

“Isso quer dizer que a polícia sabia desde o início que Babar Masih não era uma pessoa normal, que falava das estrelas, e também que Babar nunca teve a intenção de ferir o islamismo”, Maan disse.

Amjad Masih disse que os poucos vizinhos que não estavam de acordo com o motim para matar Babar disseram a ele para não voltar à sua casa, pois, assim como a polícia, os religiosos rondavam a região para ver se haviam voltado à casa.

“Eu quero voltar para casa”, ele disse. “Nós temos negócios lá e não queremos deixar o lugar, mas tememos que as pessoas nos ataquem. Não temos ideia do que fazer nesta situação”.

Com altas tensões naquela área, no dia 5 de maio houve uma reunião conhecida como panchayat, onde líderes islâmicos das principais mesquitas de toda a região se reuniram com representantes cristãos. Os cristãos argumentaram que Babar tinha problemas mentais, que de forma alguma as famílias cristãs eram responsáveis por qualquer coisa que ele tivesse feito e que elas deveriam poder voltar para suas casas.

Os muçulmanos presentes na reunião, entretanto, estavam relutantes em permitir a volta das famílias, dizendo que eles precisavam de três dias para considerar esse assunto. Fontes informaram que a situação ainda era tensa e que o governo deveria ficar atento a outros possíveis ataques aos cristãos.

A lei de blasfêmia no Paquistão tem atraído a condenação de muitos ao redor do mundo e dois oficiais mais antigos do governo – o governador de Punjab, Salman Taseer, muçulmano liberal, e o ministro federal de minorias, Shahbaz Bhatti, cristão – foram assassinados este ano por exigir a revisão da legislação.

Tradução: Lucas Gregório

Fonte: Compass Direct

Estreito Norte

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Muçulmanos assassinam evangelista e agridem esposa grávida

27/4/2011 - 10h48
Muçulmanos assassinam evangelista e agridem esposa grávida

ETIÓPIA (43º) - Na quinta-feira, dia 21 de abril, quatro muçulmanos agrediram fisicamente um evangelista até a morte e atacaram sua esposa, que estava grávida, em Worabe, Etiópia, área 97% muçulmana.

Os muçulmanos atraíram o evangelista Abraham Abera para fora da Igreja Kale Hiwot, onde mora e ministra. Eles disseram que o amigo dele estava doente e precisava de atenção imediata. Abraham saiu com eles; então, eles começaram a agredi-lo com varas. A esposa do evangelista, Birtukan, viu os homens agredindo seu marido e correu para interferir, mas os muçulmanos a agrediram também.

Abraham morreu na hora e sua esposa, que estava com diversos ferimentos na cabeça, foi abandonada, inconsciente na rua. Quando a encontraram, a levaram para um hospital em Butajira, onde começou a recuperar a consciência e pôde contar os detalhes do ataque. Birtukan disse que conhecia dois dos agressores. Ela declarou que, enquanto os homens os agrediam, eles diziam: “Vocês, cristãos, estão ficando mais numerosos em nossa região. Vocês estão espalhando essa mensagem (o evangelho). Vamos destruir vocês”.

Apesar de Birtukan ter sofrido diversos ferimentos no corpo, felizmente seu bebê está vivo.

Os agressores continuam soltos. Um líder cristão na área disse que os homens podem não ser presos porque os oficiais locais também são muçulmanos.


Tradução: Deborah Stafussi


Fonte: ANS

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cristãos são presos sob falsas acusações

Culto em uma igreja na Índia



Em 01062011

ÍNDIA (32º) - Dois advogados cristãos foram acusados de converter pessoas ao cristianismo, na aldeia de Bada Saara Sahi, perto de Khurda, na Índia. Em 8 de maio, três homens foram presos sob a acusação de práticas de converter moradores locais ao cristianismo à força. Outras 55 pessoas foram presas em 22 e 23 de maio, em episódios relacionados ao primeiro evento.

Os dois advogados, Manas Ranjan, ativista dos direitos humanos, e Rasmi Ranjan Jena realizaram uma investigação no local. As acusações contra eles foram as de forçar conversões ou de proselitismo, o que é muito usado por organizações militares hindus contra os cristãos.

A acusação, apresentada pela Kailash Pradhan, é a seguinte: os presos, juntamente com os outros, são acusados de tentar convencer hindus a abandonar o culto aos seus deuses e deusas hindus e abraçar outra crença, não especificada. 

“Não estamos revoltados com a regra natural da ‘intocabilidade’ hindu. Eles não querem ser parte da religião hindu, mas ao mesmo tempo dizem que não se converteram a nenhuma religião. Eles tentam levar os outros membros de sua comunidade a se opor ao sistema de castas, mas sem converter ninguém a nenhuma religião”, disseram os dois advogados em sua própria defesa.



Tradução: Lucas Gregório 



Fonte: AsiaNews